Seis territórios quilombolas na Bahia são reconhecidos como de interesse social pelo Governo Federal
21/11/2025
(Foto: Reprodução) Comunidade quilombola Buri, município de Maragogipe, na Bahia
Incra
A Bahia tem seis territórios quilombolas beneficiados como de interesse social por decretos publicados no Diário Oficial da União nesta sexta-feira (21). Essas áreas somam 23,1 mil hectares, abrangem 128 imóveis rurais a serem desapropriados em benefício de 743 famílias quilombolas, cadastradas pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).
Com os decretos, passo essencial para avançar na titulação definitiva para os quilombolas de seus territórios, o Incra está autorizado a iniciar a desapropriação por interesse social de imóveis rurais que integram o perímetro do território quilombola. O instituto já pode vistoriar e avaliar os imóveis rurais para ingressar com ação judicial de desapropriação.
A medida vai beneficiar 28 territórios e 5.203 famílias em 14 estados brasileiros, em uma área de mais de 100 mil hectares. Na Bahia, essas áreas somam 23,1 mil hectares, abrangem 128 imóveis rurais a serem desapropriados em benefício de 743 famílias quilombolas
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Os territórios quilombolas contemplados no estado são Sacutiaba e Riacho da Sacutiaba, localizado no município de Wanderley; São Francisco do Paraguaçu, entre Santo Amaro; Jiboia, entre Antônio Gonçalves e Filadélfia; Fôjo, em Itacaré; Buri, em Maragojipe; e Fazenda Porteiras, em Entre Rios.
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Comunidades
O território quilombola Sacutiaba e Riacho da Sacutiaba faz parte dos primeiros Relatórios Técnicos de Identificação e Delimitação (RTIDs) elaborados no Brasil. O relatório é uma parceria do Incra com o Grupo de Pesquisa Geografar, da Universidade Federal da Bahia (Ufba).
Esse território possui 12,2 mil hectares, sendo composto por seis imóveis rurais. Ao todo, são 69 famílias remanescentes de quilombo residentes na área.
Já o São Francisco do Paraguaçu é um território quilombola que foi bastante estudado em dissertações de mestrado e teses de doutorado. A sua igreja e convento de Santo Antônio serviram de inspiração para o livro "Salve o Fogo", de Itamar Vieira Junior.
Trata-se de uma comunidade com 199 famílias cadastradas, com 46 imóveis rurais inseridos no perímetro e uma área de 4,5 mil hectares de terras.
Outro território contemplado pelos decretos, o Jiboia conta com 224 famílias quilombolas, seu perímetro é de 2 mil hectares, onde se encontram 27 imóveis rurais. Além dele, o Fazenda Porteiras, com 148 famílias remanescentes de quilombo, abrange 23 imóveis rurais, em um total 1,9 mil hectares.
Também será beneficiado o Fôjo, território composto por 25 imóveis rurais que somam 1,3 mil hectares e possuem 65 famílias quilombolas residentes. Por fim, o Buri, que conta com 38 famílias quilombolas, é formado por apenas um único imóvel rural de 377,6 hectares.
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