Pesquisar antecedentes criminais de pretendentes pode evitar ciladas; saiba como se proteger

  • 10/07/2024
(Foto: Reprodução)
Advogada e pesquisadora sobre feminicídio defende que mulheres aproveitem recursos para reunir o maior número de informações antes de dar início a relacionamentos. Pesquisar antecedentes criminais de pretendentes pode ajudar mulheres a evitar ciladas Reprodução/Pixabay Compartilhar a localização com amigos e investigar as redes sociais de um pretendente antes de encarar um primeiro encontro são atitudes comuns atualmente, especialmente para mulheres. Mas há outra medida de precaução, menos disseminada, capaz de revelar detalhes sobre a vida de um paquera. Trata-se da pesquisa de antecedentes criminais, um recurso possível quando se tem alguns dados pessoais sobre o interesse amoroso. São pelo menos dois os mecanismos de busca: Processos judiciais Página de busca de processos no TJ-BA PrintScreen/TJ-BA Ao acessar a página inicial do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), por exemplo, é possível pesquisar por processos tendo apenas o nome completo de uma das partes. O resultado é limitado — processos sob sigilo não estarão disponíveis para consulta. A pesquisa também pode trazer homônimos, por isso quanto mais informações tiver, mais preciso será o filtro de respostas. Monitoramento de prisões Página de monitoramento de mandados do CNJ PrintScreen/CNJ Também é possível utilizar o Banco Nacional de Monitoramento de Prisões, que integra o sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Através do site, usando informações como nome ou documentos, é possível checar se há mandados contra um cidadão. Do mesmo modo, quanto mais informações disponíveis, mais criterioso será o resultado. 📱 NOTÍCIAS: Faça parte do canal do g1 Bahia no WhatsApp A advogada Angela Leal lembra ainda de um terceiro e mais simples recurso: pesquisar o nome completo no Google ou qualquer outro buscador. Para ela, essas são medidas válidas porque a violência contra a mulher envolve o que chama de "aspectos seriais". Mulher é morta com golpes de machado no sudoeste da BA; corpo foi encontrado por filho Mulher se joga do quinto andar de prédio de luxo em Salvador para fugir de agressões do companheiro "Porque quando o homem age dessa maneira [violenta] contra uma mulher, pode perceber que existem outros casos", pontua Angela, doutora em Gênero pela Universidade Federal da Bahia (Ufba) e pesquisadora sobre feminicídio, em entrevista ao g1. A especialista destaca que a violência contra a mulher acontece de forma escalonada. "Em todos os casos que eu pesquisei, eu não encontrei nenhum que o homem simplesmente levantou, brigou e matou a mulher. A violência já vinha ocorrendo, tanto dele em relacionamentos anteriores, como naquele relacionamento. A violência vem em série". Um exemplo desse comportamento seriado foi noticiado nesta terça (9): um homem preso em Ilhéus, no sul da Bahia, por perseguição, ameaça e divulgação de fotos íntimas fez pelo menos três vítimas. No futuro, esses processos podem servir de alerta, caso descobertos por mulheres que se envolvam com ele. Suspeito de stalking é preso na BA; investigação aponta que homem ameaçou, perseguiu e divulgou fotos íntimas de mulheres Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam) Haeckel Dias / Ascom PC-BA Camada extra de cuidado Como Angela ressalta, não se trata de atribuir aos alvos de ações criminosas mais uma responsabilidade. Porém, os índices de violência mostram que não é possível se apoiar apenas na legislação e na segurança pública. "Nós vivemos em uma sociedade em que a cada nove minutos, uma mulher é estuprada, e que a cada 15 minutos, uma mulher sofre uma violência física. Se cria leis, a Lei Maria da Penha é aumentada… Isso significa que a gente não pode apostar todas as nossas fichas na legislação apenas, é preciso ter uma postura das mulheres de autoproteção". Os números justificam o conselho: um levantamento feito pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia, em parceria com a Secretaria de Segurança Pública (SSP-BA), apontou o registro de 672 feminicídios entre 2017 e 2023 no estado. Bahia registra quase 700 feminicídios nos últimos sete anos, aponta levantamento da SEI Casos de violência contra mulheres crescem 47% na Bahia em um ano, aponta levantamento da Rede de Observatórios de Segurança Barreira contra o 'golpe do amor' Utilizar essas ferramentas pode ser útil também em casos de estelionato sentimental ou o chamado "golpe do amor", crime que ocorre quando a pessoa envolve o parceiro para depois extorqui-lo, levando dinheiro e outros bens. Em abril, o g1 noticiou o caso de uma professora que foi vítima do golpe. A mulher contou ter se endividado, com empréstimos de mais de R$ 150 mil, para o agora ex-namorado. Mulher diz ser vítima de estelionato sentimental depois de perder ao menos R$ 160 mil em golpe aplicado pelo ex-namorado Precaução, e não preconceito Angela se antecipa ao pontuar que ferramentas do tipo podem dividir opiniões, já que o Direito prevê que ninguém será considerado culpado antes da sentença final. Mas como especialista em violência doméstica, a advogada reforça a necessidade de ações extras em prol da própria segurança. Veja mais notícias do estado no g1 Bahia. Assista aos vídeos do g1 e TV Bahia 💻

FONTE: https://g1.globo.com/ba/bahia/noticia/2024/07/10/como-pesquisar-antecedentes-criminais-de-pretendentes.ghtml


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