Mãe de jovem morto por PM em Salvador pede por justiça: 'vou correr atrás de justiça até o último dia da minha vida'

  • 30/12/2024
(Foto: Reprodução)
Haziel Martins, de 19 anos, morreu na quinta-feira (26), após passar 27 dias internado. Execução aconteceu no bairro de Ondina, e foi filmado por uma testemunha. Amigo da vítima morreu no dia do crime. Jovem morto por policial militar é enterrado em Salvador O corpo de Haziel Martins Costa, de 19 anos, segundo jovem baleado pelo policial militar Marlon da Silva Oliveira, foi sepultado na tarde de domingo (29), no Cemitério Bosque da Paz, em Salvador. A vítima morreu na quinta-feira (26), após ficar 27 dias internada. "É uma dor na alma, que só quando a gente passa que sente. Não é muito pela dor da perda, porque nós sabemos que todos nós um dia vamos embora, mas a forma que foi...", disse a mãe do jovem, Kelly Martins, emocionada. A mulher clamou por justiça: "meu filho foi brutalmente assassinado, sem motivos. Eu estou aqui lutando por justiça. Vou lutar todos os dias". O corpo de Haziel Martins Costa, de 19 anos, foi sepultado no Cemitério Bosque da Paz, em Salvador Reprodução/TV Bahia O jovem estava com Gabriel Santos Costa, de 17 anos, quando os dois foram abordados e agredidos pelo agente na madrugada do dia 1º de dezembro. O crime ocorreu no bairro de Ondina e foi filmado por uma testemunha. Gabriel não resistiu aos ferimentos e morreu no local. Já Haziel, atingido no abdômen, braço e antebraço, ficou hospitalizado. Haziel tinha 19 anos quando foi morto Reprodução/TV Bahia O soldado disse, em depoimento, que sofreu uma tentativa de assalto e agiu em legitima defesa. A tese foi rejeitada pela polícia e rebatida pelos advogados que representam a família das vitimas. "O Marlon escolheu matar. Ele tinha toda a técnica, sabia manusear e como era o procedimento, mas escolheu matar", afirmou o advogado da família do jovem, Dielson Monteiro. 'Meu filho foi executado', diz mãe de adolescente de 17 anos morto a tiros em Salvador; policial militar é suspeito do crime 'Foi uma covardia', diz pai de adolescente de 17 anos morto a tiros após ser rendido por homem armado em Salvador Veja o que se sabe sobre caso do adolescente de 17 anos morto a tiros em Salvador; policial militar é suspeito do crime Segundo a Polícia Civil, Marlon admitiu que atirou nos jovens, mas disse ter agido em legítima defesa após uma suposta tentativa de assalto. A mesma versão foi apresentada pela namorada dele, que testemunhou a ação e também foi ouvida. Ela não teve nome divulgado. O PM se apresentou no Departamento de Homicídios de Proteção à Pessoa (DHPP) e foi transferido para o Batalhão da Polícia Militar, em Lauro de Freitas. No dia 10 de dezembro, a Justiça manteve a prisão preventiva dele. 'Se ele agiu em legítima defesa, por que ele tinha que tirar a vida do menino?', indaga mãe de jovem executado por PM em Salvador Segundo jovem baleado por policial morre em Salvador Em nota emitida no dia 4 de dezembro, a Polícia Militar informou que afastou o agente das atividades das ruas, recolheu a arma do agente e instaurou um processo administrativo disciplinar para apurar o caso internamente. "O inquérito ainda se encontra aberto e a delegada está tentando fazer o reconhecimento das pessoas que estavam no local e imagens de câmeras de seguranças", contou o advogado da família do jovem. No mesmo dia, o secretário de segurança pública da Bahia, Marcelo Werner, disse que a medida é um "trâmite necessário, para que haja apuração da melhor forma possível, da forma mais isenta possível, dos fatos narrados". Além do luto pela morte do filho, Kelly Martins disse que ela e a família tem convivido com o medo. "Eu me senti insegura, por isso me privei de aparecer na televisão. Sempre quis aparecer para poder falar sobre meu filho. A moto de meu filho não era roubada, de hoje que quero me pronunciar, mas estava com medo dele mandar fazer alguma coisa com meu filho lá dentro [do hospital]", disse a mãe de Haziel. "Agora vou correr atrás de justiça até o último dia da minha vida". Suspeito atua na 9ª Companhia Independente da Polícia Militar, na Boca do Rio, em Salvador Marlon da Silva Oliveira é investigado pelo crime Redes sociais Veja o que se sabe sobre o crime: 1. Como o crime aconteceu? 2. Qual a versão do suspeito do crime? 3. O que dizem os familiares do adolescente? 4. O caso é investigado? 1. Como o crime aconteceu? Homem rendeu as vítimas no bairro de Ondina, em Salvador Redes sociais O crime ocorreu no bairro de Ondina e foi filmado por uma pessoa que flagrou o momento em que Gabriel Santos Costa, de 17 anos, e Haziel Martins Costa, 19, foram rendidos pelo policial militar Marlon da Silva Oliveira. Nas imagens, é possível ouvir que o suspeito xingou e agrediu as vítimas. Depois, mandou que os rapazes colocassem o rosto no asfalto e as mãos na cabeça. Eles obedeceram às ordens do suspeito, que fez uma espécie de revista. Mesmo rendidos, os dois foram atingidos com mais de 10 tiros. Após balear a dupla, o homem entrou no carro branco que aparece no vídeo e deixou o local. Gabriel morreu na hora. Já Haziel foi socorrido para um hospital da capital baiana e morreu no dia 26 de dezembro. 2. Qual a versão do suspeito? Pedido de prisão preventiva de PM é analisado pela justiça após morte de jovem em Salvador Marlon, que atua na 9ª Companhia Independente da Polícia Militar, no bairro da Boca do Rio, não estava fardado, nem usava o carro da corporação. Ele alegou legítima defesa em depoimento à Polícia Civil e afirmou que os jovens tentaram assaltá-lo. O mesmo argumento foi apresentado pela namorada do policial, que não teve nome divulgado. A mulher é uma das oito testemunhas que já foram ouvidas pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). A Polícia Civil, no entanto, não aceitou a justificativa e ingressou com o pedido de prisão preventiva, que será avaliado pela Justiça. Procurado, o advogado Otto Lopes, que defende o casal, disse que não vai se manifestar até que as investigações sejam concluídas. 3. O que dizem os familiares do adolescente? A família de Gabriel pede a quebra de sigilo do celular do suspeito. O corpo dele foi sepultado na tarde de segunda-feira (2) sob forte comoção e pedidos de justiça. O adolescente Gabriel Santos Costa, de 17 anos, foi morto a tiros no bairro de Ondina, em Salvador Reprodução/Redes Sociais Marlene Santos, mãe de Gabriel, disse que recebeu uma ligação por volta das 3h30 da madrugada de domingo, e foi avisada sobre a morte do filho. Naquele momento, ela disse que ainda não sabia que o jovem tinha sido assassinado, nem que o homicídio havia sido gravado por uma testemunha. A mãe do adolescente prestou depoimento, na sede da Delegacia de Proteção a Pessoa (DHPP), e aproveitou a ocasião para cobrar soluções para o caso. "Com aquela imagem [do crime], ninguém tem mais dúvida. Ele [suspeito] tem que falar o que ele fez e porque ele fez. Meu filho foi executado. Foi muita maldade, eu nunca imaginei que isso fosse acontecer comigo. Eu tinha pena das mães [que perdem os filhos] e agora estou no meio delas". Pai de adolescente morto por PM comenta crime ocorrido em Salvador O pai dele, que preferiu não se identificar por medo, disse, em entrevista à TV Bahia, que o filho não era envolvido com a criminalidade. Ele contou que, dias antes de morrer, o adolescente foi apreendido por ter xingado um policial militar e foi acusado de desacato. No entanto, foi liberado logo em seguida. "Podia ser o pior vagabundo rendido ali, ele não podia matar um ser humano. Era um menino bom. Não puxava bonde nenhum, graças a Deus. O policial o xingou, ele também xingou o policial e foi preso. Aí eu fui lá, liberou ele lá na Dercca, mas não teve nada demais", relatou. 4. Como o caso é investigado? Por meio de nota, a Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) informou que a PM instaurou um processo administrativo disciplinar, enquanto a Polícia Civil abriu inquérito para esclarecer a motivação e a dinâmica do crime. A PC tem 30 dias para concluir o inquérito, que deverá ser analisado pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA). O órgão acompanha o caso. A delegada responsável pelas investigações pediu a prisão preventiva do suspeito, mas a Justiça não analisou a solicitação no plantão judiciário por entender que não havia urgência. Com isso, o PM foi liberado após alegar legítima defesa durante depoimento na delegacia, na noite de segunda-feira (2). A Polícia Militar da Bahia informou que o agente foi afastado das ruas e teve a arma recolhida. Apesar de ter sido afastado das funções operacionais, ele foi realocado para a área administrativa até o fim das investigações da Polícia Civil, que está em posse do revólver. Veja mais notícias do estado no g1 Bahia. Assista aos vídeos do g1 e TV Bahia 💻

FONTE: https://g1.globo.com/ba/bahia/noticia/2024/12/30/mae-de-jovem-morto-por-pm-em-salvador-pede-por-justica-uma-dor-na-alma.ghtml


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