Jimmy Cliff morou em Salvador, fez shows com Gil e gravou com Margareth; entenda relação da lenda do reggae com a Bahia
24/11/2025
(Foto: Reprodução) Jimmy Cliff morre aos 81 anos
O Olodum, a ministra da Cultura, Margareth Menezes, a banda Ara Ketu e o Esporte Clube Bahia lamentaram a morte da lenda do reggae, Jimmy Cliff, aos 81 anos, nesta segunda-feira (24).
O artista jamaicano tinha fortes relações com a Bahia: morou em Salvador, fez shows com Gilberto Gil, gravou com Margareth Menezes, Olodum e Ara Ketu, posou com a camisa do Bahia e teve uma filha em Salvador, a cantora e atriz Nabiyah Be.
De acordo com o comunicado divulgado pela esposa do cantor, Latifa, através das redes sociais, Jimmy Cliff sofreu uma convulsão seguida de pneumonia.
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Jimmy Cliff com a camisa do Esporte Clube Bahia
Esporte Clube Bahia
A relação do músico com a Bahia se estreitou nos anos 1980, quando ele e Gilberto Gil dividiram o palco em uma turnê que arrastou multidões e lotou estádios em cinco capitais do Brasil: Belo Horizonte, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo. Na capital baiana, o show aconteceu na Concha Acústica do Teatro Castro Alves.
Nos anos 1990, o Olodum e o músico gravaram juntos duas músicas: Reggae Odoya e Woman No Cry, sucessos dos álbuns "Da Atlântida à Bahia... o mar é o caminho" e "A Música Do Olodum - 20 Anos", respectivamente.
Nas redes sociais, o Olodum lamentou a morte do artista e o considerou um artista decisivo na música e na cultura afro-diaspórica.
"Jimmy Cliff deixou um legado de diálogo entre povos, defesa da paz, valorização das raízes e afirmação cultural", afirmou.
Margareth Menezes e Jimmy Cliff nos anos 90
Redes sociais
Segundo Margareth Menezes, a sua relação com Jimmy Cliff se estreitou nos anos 90, quando o artista morava em Salvador. Na época, a cantora gravava o álbum "Kindala", lançado em 1991, e compartilhou "momentos musicais inesquecíveis" com o jamaicano.
Juntos, os dois gravaram a música "Me Abraça e Me Beija", composição de Gileno Felix e Lazzo Matumbi, que já foi regravada por diversos cantores, como Ivete Sangalo.
"Uma referência na música, com um legado imenso sobre valorização das nossas raizes e afirmação cultural. A vida segue o seu caminho e as memórias que tenho com ele seguirão em mim. Para sempre, Jimmy Cliff!", escreveu Margareth.
Cartaz da turnê de Gilberto Gil e Jimmy Cliff em 1980
Arquivo pessoal Gilberto Gil
A banda Ara Ketu também foi marcada pelo artista: juntos, gravaram a canção "Samba Reggae", em 1992. O sucesso deu ao grupo a primeira projeção internacional.
"Recebemos com tristeza sua partida, mas seu legado vive em cada tambor, em cada voz, em cada ponte que une Jamaica e Bahia. Seu ritmo vive em nós", escreveu.
O Esporte Clube Bahia também emitiu uma nota de pesar sobre a morte da lenda do reggae. Em suas passagens por Salvador, Jimmy Cliff usou a camisa do clube diversas vezes.
"O Esquadrão lamenta o falecimento do jamaicano-tricolor, um dos maiores reggaemans da história, que abraçou nosso clube após inúmeras vindas a Salvador", escreveu.
Legado no reggae
Jimmy Cliff no programa Super Sexta
Acervo TV Globo
Jimmy Cliff é considerado um dos pioneiros do reggae e responsável por levar o gênero ao cenário internacional. O músico jamaicano ganhou dois Grammy com os álbuns, Cliff Hanger (1985) e Rebirth (2012), esse último também apareceu na lista dos “50 Melhores Álbuns de 2012” da Rolling Stone.
Além de receber a mais alta honraria de seu país, a “Ordem do Mérito”, ele tem a distinção de ser um dos dois jamaicanos incluídos no Rock and Roll Hall of Fame, ao lado de Bob Marley.
No cinema, Jimmy protagonizou “The Harder They Come” (1972) e atuou em Club Paradise (1986). Entre suas canções mais memoráveis estão: ““I Can See Clearly Now”, “Wonderful World, Beautiful People”, “You Can Get It If You Really Want” e “The Harder They Come”.
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