Furacão: lojas fechadas, nenhum carro nas ruas e só hospitais funcionando, diz professora baiana que vive na Flórida
09/10/2024
Furacão Milton pode atingir a Flórida nesta quarta-feira (9) e subiu da categoria 2 para a 5, a máxima na escala de intensidade de furacões. Baiana que mora nos EUA mostra cidade de Tampa, que pode ser atingida por furacão
"É um clima de tensão, estamos tentando manter a calma", afirmou a professora de comunicação da University of South Florida, a baiana Adriana Jacob Carneiro, em relação ao furacão Milton, que deve atingir a Flórida, nos Estados Unidos, nesta quarta-feira (9). A baiana mora com a família na cidade de Tampa há quatro meses, mas está na casa de amigos em uma localidades com menos riscos.
A cidade onde Adriana vive está dividida em cinco áreas e em duas delas a evacuação é obrigatória, de acordo com autoridades locais.
A obrigatoriedade está relacionada com a rota e a intensidade do furacão, que o governo norte-americano teme ser um dos piores do século na Flórida.
Professora baiana decidiu sair da casa onde vive em Tampa para se proteger do Furacão Milton
Arquivo pessoal
Adriana mora com a filha de quatro anos, o marido e a cachorrinha em New Tampa, bairro que não faz parte das zonas de evacuação. Eles não precisavam deixar a casa: a recomendação era apenas guardar água, comida e permanecer longe das janelas. Mesmo assim, a professora decidiu sair da casa onde vive nesta quarta-feira.
"Quando nos mudamos pra cá, todos diziam que os furacões nunca chegam em Tampa, até o corretor. Na nossa experiência não aconteceu nada disso", contou.
A família dirigiu até a casa de amigos em Wesley Chapel, cidade que fica a cerca de 15 km de Tampa e que tem menores riscos de danos causados pelo furacão. No caminho, Adriana encontrou um cenário que remetia a pandemia da Covid-19: lojas fechadas, quase nenhum carro nas ruas e apenas hospitais em funcionamento.
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A baiana conta que clima é de cautela, principalmente devido ao furacão Helene, que atingiu o estado há uma semana, provocou ventos de 200 km/h e deixou mais de 220 mortos. Para ela, ele foi uma espécie de "alerta" do que pode ser o furacão Milton.
"É uma situação desconhecida não só para mim que sou baiana e nunca tinha lidado com um furacão, mas para os próprios meteorologistas, que consideram que o Milton pode ser um dos piores dos últimos 100 anos", contou.
Furacão Helene
Fotos da destruição causada pelo furacão Helene nos EUA
AP Photo / Mike Stewart / Stephen Smith / Kathy Kmonicek
Vivendo nos Estados Unidos há cinco anos, a professora Cristina Tambuc já tinha se acostumado com os alertas de furacões que costumam acontecer no verão americano. Por morar perto de um rio que corta a cidade de Tallahassee, ela normalmente precisa apenas subir os móveis que ficam no andar debaixo devido ao risco de alagamentos.
Porém, há cerca de uma semana, o furacão Helene a deixou preocupada. Para ela, o cenário foi de "filme de apocalipse".
"Mandaram as pessoas das zonas de risco evacuar as casas e colocar os nomes nos braços e pernas, para possível identificação dos corpos. Saímos com a mochila nas costas", contou.
Apesar da casa dela não ter sofrido os estragos do Helene, outros pontos da cidade foram afetados. Cristina não esperava ter que se preocupar, em um espaço tão curto de tempo, com outro furacão.
“Minha cidade não vai ser fortemente atingida, mas a que a minha filha está, sim”, explicou.
A preocupação agora é com a filha de 20 anos, que mora em Jacksonville. A cidade está com alerta meteorológico para o Milton e a jovem planeja dirigir até Tallahassee, que fica a 2h34min de distância, para ficar com a família.
A recomendação das autoridades americanas é evacuar as zonas de risco e ficar dentro de casa, longe de portas e janelas, até que a situação seja normalizada.
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